quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ibama ocupa fazendas embargadas e apreende 372,6 t de soja no sudeste do Pará


O Ibama apreendeu 372,6 toneladas de soja e ocupou duas fazendas que produziam grãos em áreas embargadas pelo instituto por desmatamentos ilegais em Dom Eliseu e Ulianópolis, no sudeste do Pará. A ação faz parte da operação Bom Conselho, que acontece nos municípios desde terça-feira 14/05, para combater o avanço da monocultura de grãos sobre os remanescentes de floresta nativa da região.
Os produtos apreendidos foram doados ao programa Mesa Brasil para aplicação em projetos de combate à fome. Nesta segunda-feira (20/05), começaram os carregamentos dos primeiros caminhões para a retirada da soja doada, que seguirá para a capital do estado.
"Estamos retornando a Dom Eliseu e Ulianópolis para impedir que o crescimento da área agrícola no sudeste paraense implique também em mais aumento nos desmatamentos não autorizados", explica o superintendente do Ibama no Pará, Hugo Américo, se referindo as operações realizadas pelo Ibama em 2012, quando o instituto aplicou R$ 43,9 milhões em multas e embargou 5,7 mil hectares de desmatamentos ilegais realizados para a expansão de plantações de grãos nos dois municípios.
A operação Bom Conselho apreendeu até agora grãos de uma fazenda embargada por desmates ilegais em 2010 e 2012, a 38 km do centro de Dom Eliseu. A propriedade, que tem um histórico de R$ 5,3 milhões em multas no Ibama, já havia concluído a colheita nas áreas embargadas quando os agentes chegaram à região. As 372,6 toneladas de soja, porém, foram localizadas em um silo comercial, onde ocorreu a apreensão. O fazendeiro, para mascarar a origem irregular da soja, expediu notas fraudadas como se ela tivesse sido cultivada em outra propriedade, não embargada.
Na segunda fazenda ocupada, a cerca de 15 km do centro de Ulianópolis, a lavoura se estende por 16 mil hectares de arroz, milho e soja. Cerca de 3,5 mil hectares de áreas desmatadas irregularmente foram embargadas entre os anos de 2007 e 2013. As equipes do Ibama ainda realizam o levantamento da quantidade de grãos que será apreendida nas lavouras. A estimativa é que alcance cerca de seis mil toneladas. Em abril deste ano, durante a Operação Commodity, o Ibama apreendeu 128 toneladas de arroz cultivado em áreas embargadas, duas colheitadeiras e dois tratores nesta propriedade. O arroz apreendido foi doado à prefeitura de Paragominas que o utiliza na merenda de crianças das escolas públicas da cidade.
Localizados na nova fronteira agrícola do Pará, Dom Eliseu e Ulianópolis vinham apresentando aumento nas áreas desmatadas desde a segunda metade do ano passado, segundo os alertas do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), o que levou diversas operações do Ibama à região. Antes disso, as duas cidades do sudeste paraense acumulavam sucessos no controle dos desflorestamentos ilegais e na regularização ambiental, o que levou a retirada das duas cidades, ainda em 2012, da lista dos municípios que mais desmatam do Ministério do Meio Ambiente, para onde elas poderão retornar se não houver queda nos desmatamentos.






 
Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Perigos para Animais silvestres


foto: clicknopara.blogspot.com.br
Obto de um animal raro da fauna Amazônica as margens da BR-163, uma Jaguatirica(gato do Mato) cujo seu nome cientifico (Leopardus pardalis), certamente ao tentar atravessa a rodovia foi atingido por algum veiculo, assim levando o animal a morte, esses tipos de acidentes são  comuns em margens de rodovias.
Nos seres humanos estamos invadindo o espaço dos animais silvestres, assim deixando eles em constantes perigos, muitas pessoas fingem não saber mais e nosso direito defender “nossos” animais,  não importa se seja uma formiga ou uma onça.
 quando você ver uma placa em margens de Rodovias e ruas indicando que há animais silvestres por favor respeite a velocidade indicada.
Fonte: www.clicknopara.blogspot.com.br
 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Educação ambiental pode salvar o sauim-de-coleira


O sauim-de-coleira vive em grupos com cerca de 10 animais em uma área de 12 a 21 hectares e dá cria a dois filhotes duas vezes ao ano. 

Manaus - Espécie exclusiva do Amazonas, com ênfase em Manaus, o sauim-de-coleira continua no topo da lista dos animais ameaçados de extinção. Especialistas em conservação apontam a expansão da cidade como causa da destruição do habitat da espécie, fator decisivo para a diminuição dos indivíduos. O Plano de Ação Nacional para a Conservação do Sauim-de-Coleira (PAN) aposta na educação ambiental como uma das alternativas para reverter a situação.

Integrante do PAN, a bióloga Luciana Valente disse que o sauim-de-coleira é o primata mais ameaçado de toda a Amazônia e está classificado no pior nível de risco de extinção. Ela explica que o território habitado pela espécie está cada vez mais restrito, em razão da proximidade com a área urbana de Manaus.
“Ele sofre muito com a perda de habitat e avanço da cidade, e fica isolado nos fragmentos de floresta dentro e no entorno da capital, onde não é viável a sua manutenção”, afirmou.
A especialista esclareceu que muitas outras espécies se relacionam com o sauim-de-coleira e a sua extinção teria impacto direto na flora local. Luciana orienta ainda que o macaco não deve ser tratado  como animal doméstico e diz que a população pode contribuir para a preservação da espécie não desmatando por completo os quintais e áreas para construção, além de semear plantas nativas. “Temos muitos casos onde o proprietário de um terreno desmata tudo para depois plantar palmeiras, por exemplo, que não tem grande conexão com a fauna local”.
O PAN também tem o objetivo de interferir nas políticas públicas do município, como ampliação das áreas de conservação dentro da cidade. As entidades ligadas ao Plano estão elaborando atividades e campanhas de educação ambiental para sensibilização dos moradores de Manaus à causa.
O programa foi lançado em 2011, como objetivo de reduzir a taxa de declínio populacional do sauim-de-coleira e assegurar áreas protegidas para a espécies, em 5 anos. O plano é coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o apoio de outras entidades.
Especialistas querem aproximar a espécie da população
A coordenadora do zoológico do Tropical Hotel, Dayse Campista, afirmou que a aproximação da população com sauim-de-coleira pode evitar a morte de vários animais. Ela analisa que a apreciação da espécie tanto diminui o índice de macacos maltratados, como aumenta a efetividade das campanhas de preservação.
“É fundamental que as crianças conheçam o sauim-de-coleira, e percebam ele como um morador do quintal da casa delas, não um intruso”, analisou.
Dayse destaca que além de sofrer com a degradação ambiental, o sauim-de-coleira disputa as condições do habitat com o Saguinus midas, mas conhecido como sauim-de-mãos-douradas. A competição reduz ainda mais a chance de sobrevivência da espécie.