quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Pedro Martinelli conta a história de duas imagens e um personagem
Aquela é a fotografia da minha vida. O sujeito aparece, da um pulo na minha frente e está feita a foto. Aquela é uma chapa maravilhosa.
Pedro Martinelli conta a história de duas imagens e um personagem que marcaram sua vida e trajetória como fotógrafo. A primeira, de 1973, foi feita na expedição de contato dos irmãos Villas-Bôas com os Panará; a segunda é um retrato de Sokrit Panará em seu reencontro com Pedro Martinelli, mais de vinte anos depois.
Essas e outras fotografias podem ser conferidas na exposição “Povos Indígenas no Brasil 1980-2013″, na praça externa do Museu Nacional da República, em Brasília, até 19 de dezembro de 2013.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Ibama apreende 1,8 mil toras retiradas de áreas indígenas; apreensão é uma das maiores no país
Falhas no monitoramento e fiscalização são alvos de debate entre secretários e ministra
“Essas madeiras, às vezes, são esquentadas até de forma duvidosa e fraudulenta, com os planos de manejo que existem no entorno da terra indígena”, afirma Antonio Carlos de Aquino, coordenador regional da Funai ao Jornal Hoje.
O problema, segundo a Funai, é que muitos proprietários que não têm mais floresta, vendem essas autorizações a donos de serrarias. É com essa documentação que eles legalizam as toras que retiram de terras indígenas.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso, que fornece as autorizações para corte de madeira, se defende e argumenta que a pasta notifica a Funai para emissão de certdões administrativas sobre a questão. Ratifica ainda que os planos de manejo são bem instruídos, mas que é impossível impedir que todas as pessoas cometam crimes ambientais.
Sistema Prodes
Pará e Mato Grosso lideraram, mais uma vez, recente ‘ranking’ de desmatamento da Amazônia divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente. A pesquisa, divulgada na última semana, aponta que Mato Grosso destruiu 1.149 quilômetros quadrados e figura como o ‘segundo’ lugar da listagem. Já o Estado do Pará, que desmatou uma equivalente a 2.379 quilômetros quadrados aparece em primeiro.
RETIRADO: http://www.olhardireto.com.br
Os riscos e as oportunidades de explorar xisto na Amazônia
Nesta semana, a ANP realizará um leilão de direitos de exploração de
240 blocos do território nacional, incluindo áreas amazônicas
A rotina começa com o nascer do sol no Maronal, uma das comunidades indígenas mais isoladas do Estado do Amazonas. Não há luz elétrica. Nem estrada. Os moradores dormem e acordam cedo. As crianças correm e brincam peladas no rio. As meninas escondem o rosto, tímidas ao ver um desconhecido. As mulheres vêm das roças trazendo algum alimento. Os pais de família, que não têm muita carne guardada, voltam em grupo da madrugada de caçada no meio da selva. O menu do dia é banana e mandioca cozida de manhã, banana e mandioca assada com carne de macaco-prego no almoço e carne de anta com mingau de banana no jantar.
A aldeia, com cerca de 300 habitantes da etnia indígena marubo, fica no extremo sul do Estado, quase na divisa com o Acre. Para chegar aqui, são sete dias de barco desde Tabatinga (na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru). O local fica na segunda maior reserva indígena do país, a do Vale do Javari. Além dos marubos, abriga comunidades matsé, matis, canamari, culina, corubo e também de índios isolados – tribos indígenas que, em pleno século XXI, permanecem sem contato com a civilização. As distâncias são medidas em dias. Jornal não chega. Televisão não tem. E rádio, só da Funai. As notícias demoram a chegar. Uma delas pode mudar radicalmente a vida dos moradores locais.
Nos dias 28 e 29 de novembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizará um leilão de direitos de exploração de 240 blocos do território nacional. Nove deles estão na Bacia Sedimentar do Acre, que compreende os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Porto Walter e Rodrigues Alves, no Acre; e Guajará e Ipixuna, no Amazonas. Esses blocos amazônicos somam 2 milhões de hectares (o equivalente a metade do Estado do Rio de Janeiro), situados entre unidades de conservação e terras indígenas. O objetivo é abrir áreas para exploração privada de gás de xisto na região.
O potencial desse gás ganhou importância mundial graças a novas técnicas de extração, que tornaram os Estados Unidos quase autossuficientes em energia. E incentivaram uma corrida global para a exploração do xisto. A exploração é mais complicada que do gás natural de petróleo. O gás de xisto não está solto em bolsões no subsolo, mas impregnado no material rochoso. Para retirá-lo, é preciso primeiro furar um poço até a camada de xisto, a quilômetros de profundidade. Lá, a perfuração se ramifica horizontalmente, abrindo até dez túneis que podem chegar a 3 quilômetros de extensão. As paredes desses túneis são revestidas de concreto. Em seguida, explosivos promovem várias explosões nesses túneis, para fracionar a rocha de xisto. Finalmente, é injetado no poço um jato de alta pressão com uma mistura de água, areia e produtos químicos, para liberar o gás. Esse sistema, chamado de fraturamento hidráulico (em inglês, fracturing), é o mais eficiente.
A exploração na Amazônia traz riscos. As perfurações e as explosões do poço podem gerar contaminação dos lençóis subterrâneos de água. A produção exige grandes quantidades de água para injetar nos poços. A água contaminada volta do poço e pode vazar, sujando os rios da região. “A rocha impregnada de xisto também contém óleo”, diz o químico Jaílson de Andrade, da Universidade Federal da Bahia e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energia e Ambiente. “No caso de algum vazamento, os rios podem ser afetados.” Boa parte dos peixes da Amazônia tem respiração aérea. Precisa ir à superfície para captar oxigênio. Um vazamento criaria uma película de óleo na superfície da água, sufocaria os peixes e afetaria populações que dependem do rio.
Alguns questionam a falta de estudos prévios para autorizar a exploração na região. “É precipitada a decisão da ANP de abrir os leilões para a exploração de gás de xisto”, diz o físico José Goldemberg, da USP. “Para transformar o gás em energia, precisaria ser instalada uma termelétrica na região e também as linhas de transmissão. Isso geraria mais impactos ambientais.”
Bruno Pereira, coordenador da Funai em Atalaia do Norte, diz que em nenhum momento os indígenas foram procurados. “Eles não tiveram acesso às informações sobre os empreendimentos e não foram consultados sobre os possíveis impactos”, afirma. Segundo uma convenção da Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil é signatário, os indígenas devem ser ouvidos antes de grandes projetos que afetem suas terras. “Isso não foi feito”, diz Pereira.
Procurada por ÉPOCA, a ANP afirma que, antes de preparar a licitação, “houve a devida manifestação positiva dos órgãos ambientais competentes” e que “as exclusões de áreas recomendadas por eles foram atendidas”. Sobre as terras indígenas, a ANP diz que seguiu as recomendações de um parecer encomendado à Funai.
O Vale do Javari desperta interesses da indústria de energia desde as décadas de 1970 e 1980, quando a Petrobras começou a fazer estudos sísmicos para verificar o potencial da região. “Dava muito problema com os índios”, diz Sidney Possuelo, da Funai. Possuelo, conhecido internacionalmente pelo trabalho com índios isolados, conta que os estudos da Petrobras eram feitos próximos das malocas onde viviam tribos sem contato com a civilização. “Numa oportunidade, um grupo conhecido como corubo (ou “caceteiros”) atacou técnicos que abriam uma clareira na selva. Um funcionário da Petrobras e outro da Funai foram mortos a golpes de bodurna, daí o apelido do grupo.” Para Possuelo, os estudos tinham impacto ambiental. “Usavam lubrificantes à base de soda cáustica para auxiliar nas perfurações, e os rejeitos eram jogados em piscinas que, na época das chuvas, transbordavam para os rios.”
Se feita com cuidado e com respeito à população local, a atividade petroleira traz benefícios para todos. Com uma produção de 41.500 barris de petróleo e de 10,2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, a Província Petrolífera de Urucu, da Petrobras, em Coari, a 650 quilômetros de Manaus, rende ao Estado do Amazonas a terceira posição em produção de petróleo terrestre no país. Gera empregos e receita para o município de Coari. A operação fica ilhada no meio da selva. Não há estradas que liguem Urucu a nenhuma outra cidade, para evitar a formação de núcleos urbanos. O petróleo segue de balsa para Manaus, para evitar oleodutos com possíveis focos de vazamento na floresta. Depois de perfurar os poços, a Petrobras replanta parte da floresta, usando mudas de espécies nativas. Cuidados assim deveriam ser tomados na exploração de gás no Vale do Javari.
Por: Felipe Abreu
Fonte: Revista Época
A rotina começa com o nascer do sol no Maronal, uma das comunidades indígenas mais isoladas do Estado do Amazonas. Não há luz elétrica. Nem estrada. Os moradores dormem e acordam cedo. As crianças correm e brincam peladas no rio. As meninas escondem o rosto, tímidas ao ver um desconhecido. As mulheres vêm das roças trazendo algum alimento. Os pais de família, que não têm muita carne guardada, voltam em grupo da madrugada de caçada no meio da selva. O menu do dia é banana e mandioca cozida de manhã, banana e mandioca assada com carne de macaco-prego no almoço e carne de anta com mingau de banana no jantar.
A aldeia, com cerca de 300 habitantes da etnia indígena marubo, fica no extremo sul do Estado, quase na divisa com o Acre. Para chegar aqui, são sete dias de barco desde Tabatinga (na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru). O local fica na segunda maior reserva indígena do país, a do Vale do Javari. Além dos marubos, abriga comunidades matsé, matis, canamari, culina, corubo e também de índios isolados – tribos indígenas que, em pleno século XXI, permanecem sem contato com a civilização. As distâncias são medidas em dias. Jornal não chega. Televisão não tem. E rádio, só da Funai. As notícias demoram a chegar. Uma delas pode mudar radicalmente a vida dos moradores locais.
Nos dias 28 e 29 de novembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizará um leilão de direitos de exploração de 240 blocos do território nacional. Nove deles estão na Bacia Sedimentar do Acre, que compreende os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Porto Walter e Rodrigues Alves, no Acre; e Guajará e Ipixuna, no Amazonas. Esses blocos amazônicos somam 2 milhões de hectares (o equivalente a metade do Estado do Rio de Janeiro), situados entre unidades de conservação e terras indígenas. O objetivo é abrir áreas para exploração privada de gás de xisto na região.
O potencial desse gás ganhou importância mundial graças a novas técnicas de extração, que tornaram os Estados Unidos quase autossuficientes em energia. E incentivaram uma corrida global para a exploração do xisto. A exploração é mais complicada que do gás natural de petróleo. O gás de xisto não está solto em bolsões no subsolo, mas impregnado no material rochoso. Para retirá-lo, é preciso primeiro furar um poço até a camada de xisto, a quilômetros de profundidade. Lá, a perfuração se ramifica horizontalmente, abrindo até dez túneis que podem chegar a 3 quilômetros de extensão. As paredes desses túneis são revestidas de concreto. Em seguida, explosivos promovem várias explosões nesses túneis, para fracionar a rocha de xisto. Finalmente, é injetado no poço um jato de alta pressão com uma mistura de água, areia e produtos químicos, para liberar o gás. Esse sistema, chamado de fraturamento hidráulico (em inglês, fracturing), é o mais eficiente.
A exploração na Amazônia traz riscos. As perfurações e as explosões do poço podem gerar contaminação dos lençóis subterrâneos de água. A produção exige grandes quantidades de água para injetar nos poços. A água contaminada volta do poço e pode vazar, sujando os rios da região. “A rocha impregnada de xisto também contém óleo”, diz o químico Jaílson de Andrade, da Universidade Federal da Bahia e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energia e Ambiente. “No caso de algum vazamento, os rios podem ser afetados.” Boa parte dos peixes da Amazônia tem respiração aérea. Precisa ir à superfície para captar oxigênio. Um vazamento criaria uma película de óleo na superfície da água, sufocaria os peixes e afetaria populações que dependem do rio.
Alguns questionam a falta de estudos prévios para autorizar a exploração na região. “É precipitada a decisão da ANP de abrir os leilões para a exploração de gás de xisto”, diz o físico José Goldemberg, da USP. “Para transformar o gás em energia, precisaria ser instalada uma termelétrica na região e também as linhas de transmissão. Isso geraria mais impactos ambientais.”
Bruno Pereira, coordenador da Funai em Atalaia do Norte, diz que em nenhum momento os indígenas foram procurados. “Eles não tiveram acesso às informações sobre os empreendimentos e não foram consultados sobre os possíveis impactos”, afirma. Segundo uma convenção da Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil é signatário, os indígenas devem ser ouvidos antes de grandes projetos que afetem suas terras. “Isso não foi feito”, diz Pereira.
Procurada por ÉPOCA, a ANP afirma que, antes de preparar a licitação, “houve a devida manifestação positiva dos órgãos ambientais competentes” e que “as exclusões de áreas recomendadas por eles foram atendidas”. Sobre as terras indígenas, a ANP diz que seguiu as recomendações de um parecer encomendado à Funai.
O Vale do Javari desperta interesses da indústria de energia desde as décadas de 1970 e 1980, quando a Petrobras começou a fazer estudos sísmicos para verificar o potencial da região. “Dava muito problema com os índios”, diz Sidney Possuelo, da Funai. Possuelo, conhecido internacionalmente pelo trabalho com índios isolados, conta que os estudos da Petrobras eram feitos próximos das malocas onde viviam tribos sem contato com a civilização. “Numa oportunidade, um grupo conhecido como corubo (ou “caceteiros”) atacou técnicos que abriam uma clareira na selva. Um funcionário da Petrobras e outro da Funai foram mortos a golpes de bodurna, daí o apelido do grupo.” Para Possuelo, os estudos tinham impacto ambiental. “Usavam lubrificantes à base de soda cáustica para auxiliar nas perfurações, e os rejeitos eram jogados em piscinas que, na época das chuvas, transbordavam para os rios.”
Se feita com cuidado e com respeito à população local, a atividade petroleira traz benefícios para todos. Com uma produção de 41.500 barris de petróleo e de 10,2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, a Província Petrolífera de Urucu, da Petrobras, em Coari, a 650 quilômetros de Manaus, rende ao Estado do Amazonas a terceira posição em produção de petróleo terrestre no país. Gera empregos e receita para o município de Coari. A operação fica ilhada no meio da selva. Não há estradas que liguem Urucu a nenhuma outra cidade, para evitar a formação de núcleos urbanos. O petróleo segue de balsa para Manaus, para evitar oleodutos com possíveis focos de vazamento na floresta. Depois de perfurar os poços, a Petrobras replanta parte da floresta, usando mudas de espécies nativas. Cuidados assim deveriam ser tomados na exploração de gás no Vale do Javari.
Por: Felipe Abreu
Fonte: Revista Época
domingo, 24 de novembro de 2013
Câmara aprova em primeiro turno PEC dos Soldados da Borracha
Plenário da Câmara aprovou ontem (5) em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 346/13 que concede indenização de R$ 25 mil em dinheiro aos chamados soldados da borracha, seringueiros recrutados pelo governo brasileiro em 1943 para produção de borracha durante a 2ª Guerra Mundial. O texto agora segue para votação no Senado.
A proposta também fixa o benefício mensal vitalício a ser recebido em R$ 1,5 mil, atualizados pelo mesmo índice usado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para reajustar as aposentadorias. Atualmente, os beneficiários recebem dois salários mínimos (R$ 1.356,00). Os soldados da borracha foram seringueiros recrutados pelo governo brasileiro em 1943, durante a 2ª Guerra Mundial, para produção de borracha na Amazônia.
O texto aprovado foi o apresentado pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que conseguiu a aprovação de um requerimento substituindo a proposta original de autoria da ex-deputada e atual senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Ele garantia aos soldados da borracha os mesmos direitos concedidos pela Constituição aos ex-combatentes que lutaram na 2ª Guerra, como incorporação ao serviço público sem concurso, pensão especial, aposentadoria aos 25 anos de serviço, prioridade na aquisição da casa própria e assistência médica, hospitalar e educacional gratuita.
A proposta aprovada descarta os direitos como incorporação ao serviço público ou aposentadoria especial por se tratar de pessoas em idade avançada.
Por: Luciano Nascimento
Fonte: Agência Brasil - EBC
Edição: Fábio Massalli
Ibama impede tráfico de pássaros do Espírito Santo para o Nordeste
O Ibama flagrou traficantes tentando levar mais de 135 espécies de
pássaros silvestres do Espirito Santo para Alagoas e Pernambuco. Por
meio de denúncia anônima, os agentes ambientais do Ibama encontraram as
aves das espécies coleiro, canário-da-terra e caboclinho na área da
Usina Paineiras no momento em que os traficantes embarcavam em ônibus de
viagem.
Alguns pássaros estavam escondidos no canavial e outros já estavam dentro dos ônibus, mas todos embalados em pequenas caixas, o que caracteriza também maus-tratos, sobretudo pelo longo período de viagem.
Os pássaros, que seriam comercializados no Nordeste, foram capturados ilegalmente na região da própria Usina por trabalhadores que retornam todos os anos para atividade de colheita de cana-de-açúcar.
O Ibama vai notificar a Usina para dar maiores esclarecimentos.
Michely Zumak
Ascom/ES
Fotos: Rafael Santana
Alguns pássaros estavam escondidos no canavial e outros já estavam dentro dos ônibus, mas todos embalados em pequenas caixas, o que caracteriza também maus-tratos, sobretudo pelo longo período de viagem.
Os pássaros, que seriam comercializados no Nordeste, foram capturados ilegalmente na região da própria Usina por trabalhadores que retornam todos os anos para atividade de colheita de cana-de-açúcar.
O Ibama vai notificar a Usina para dar maiores esclarecimentos.
Michely Zumak
Ascom/ES
Fotos: Rafael Santana
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Ibama multa líderes de ONG que prega a pesca indiscriminada de tubarões no Recife
Um surfista aposentado e um engenheiro de pesca, ambos líderes da
Organização Não Governamental PROPESCA, foram autuados na última
sexta-feira (05/10) por infração ambiental pelo Ibama, no Pará. Além das
multas, eles responderão ações civis e criminais pelos danos causados
ao meio ambiente.
A ONG, sediada em Recife, prega a pesca
indiscriminada de tubarões sob o argumento de deixar as praias da cidade
mais seguras para banhistas e surfistas.
A
primeira autuação foi do ex-surfista pela pesca não permitida de um
tubarão-limão, espécie ameaçada de extinção e especialmente protegida
por lei. A multa alcançou R$ 5 mil.
A outra foi do engenheiro de pesca, no valor de R$ 3
mil, por introduzir espécie exótica em águas jurisdicionais
brasileiras. O autuado utilizou milhares de tilápias como isca viva para
atrair os tubarões para as redes de pesca. A tilápia é um peixe de
origem africana, resistente à salinidade marinha e extremamente invasor
de ecossistemas em todo o mundo. A soltura de tilápias na costa de
Recife pode causar graves impactos nos estuários dos rios Beberibe e
Capiberibe.
O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com
Tubarões, formado por universidades, órgãos de segurança, meio
ambiente, entre outras entidades do estado de Pernambuco, é o órgão
responsável pelas ações oficiais de controle dos ataques de tubarão no
estado. A entidade atua com ações preventivas, aprovadas pelo Ibama, nas
quais os animais são capturados e soltos em alto-mar, longe das áreas
frequentadas por banhistas.
O analista ambiental do Ibama Leandro Aranha, que realizou as análises que geraram as multas aplicadas está à disposição da imprensa nesta quarta-feira (09/10/2013) para entrevistas pelo telefone (91) 8169-3964.
Sites de interesse para a pauta:
Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Pecuária provoca 14,5% de todas as emissões de gases de efeito estufa, diz FAO
A pecuária é responsável por 14,5% das emissões de gases de efeito
estufa provocadas pelo homem, anunciou hoje (26) a Organização das
Nações Unidas (ONU), ao estimar que a generalização de práticas já
existentes permitiria reduzir essas emissões em 30%.
A conclusão é da agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que hoje lança o relatório Lidar com as Alterações Climáticas através da Pecuária: Uma Avaliação Global das Emissões e das Oportunidades de Mitigação, que a organização diz ser a mais vasta análise feita até hoje do impacto da produção animal para o aquecimento global.
Segundo a FAO, as principais fontes das emissões são a produção e processamento de alimento (45% do total), as emissões produzidas pela digestão das vacas (39%) e a decomposição do estrume (10%). O resto é atribuído ao processamento e transporte dos produtos animais.
Todas juntas, as emissões de gases de efeito estufa resultantes da pecuária equivalem a 7,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, ou seja, 14,5% de todas as emissões produzidas pela atividade humana.
A agência da ONU, sediada em Roma, conclui ainda que a aplicação mais generalizada de métodos já existentes, incluindo a mudança da dieta dos animais e uma produção mais eficiente dos alimentos para o gado, permitiriam reduzir as emissões em 30%.
“Essas descobertas mostram que o potencial de melhoria do desempenho ambiental do setor é significativo”, disse Ren Wang, diretor adjunto da FAO para a Agricultura e a Proteção do Consumidor.
Ele diz ser “imperativo agir agora” para reduzir as emissões do setor, uma vez que a procura de carne e de leite aumenta de forma muito rápida, em especial nos mercados emergentes.
Fonte: Agência Brasil – EBC
A conclusão é da agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que hoje lança o relatório Lidar com as Alterações Climáticas através da Pecuária: Uma Avaliação Global das Emissões e das Oportunidades de Mitigação, que a organização diz ser a mais vasta análise feita até hoje do impacto da produção animal para o aquecimento global.
Segundo a FAO, as principais fontes das emissões são a produção e processamento de alimento (45% do total), as emissões produzidas pela digestão das vacas (39%) e a decomposição do estrume (10%). O resto é atribuído ao processamento e transporte dos produtos animais.
Todas juntas, as emissões de gases de efeito estufa resultantes da pecuária equivalem a 7,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, ou seja, 14,5% de todas as emissões produzidas pela atividade humana.
A agência da ONU, sediada em Roma, conclui ainda que a aplicação mais generalizada de métodos já existentes, incluindo a mudança da dieta dos animais e uma produção mais eficiente dos alimentos para o gado, permitiriam reduzir as emissões em 30%.
“Essas descobertas mostram que o potencial de melhoria do desempenho ambiental do setor é significativo”, disse Ren Wang, diretor adjunto da FAO para a Agricultura e a Proteção do Consumidor.
Ele diz ser “imperativo agir agora” para reduzir as emissões do setor, uma vez que a procura de carne e de leite aumenta de forma muito rápida, em especial nos mercados emergentes.
Fonte: Agência Brasil – EBC
Construção de rodovias no governo militar matou cerca de 8 mil índios
Projetos de governos militares são investigados pela Comissão da
Verdade. Maior parte das mortes, em quatro frentes de construção de
rodovias, não foi registrada.
As investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV) pela região Amazônica indicam um verdadeiro genocídio de índios durante o período da ditadura militar. Não há como falar em um número exato de mortos devido à falta de registros. Os relatos colhidos, no entanto, apontam que cerca de oito mil índios foram exterminados em pelo menos quatro frentes de construção de estradas no meio da mata, projetos tocados com prioridade pelos governos militares na década de 1970.
Os trabalhos da Comissão da Verdade miram os processos de construção e o início do funcionamento das rodovias BR-230, conhecida como Transamazônica; a BR-174, que liga Manaus a Boa Vista, a BR-210, conhecida com Perimetral Norte e a BR 163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA).
Essas estradas fizeram parte do Plano Nacional de Integração (PIN), instituído pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, em 16 de julho de 1970, e que previa que 100 quilômetros em cada lado das estradas a serem construídas deveriam ser destinados à colonização. A intenção do governo era assentar cerca de 500 mil pessoas em agrovilas que seriam fundadas.
Transamazônica
A Transamazônica foi escolhida como prioridade e, por isso, representou uma verdadeira tragédia para 29 grupos indígenas, dentre eles, 11 etnias que viviam completamente isoladas. Documentos em poder da Comissão da Verdade apontam, por exemplo, o extermínio quase que total dos índios Jiahui e de boa parte dos Tenharim. O território dessas duas etnias está localizado no sul do Estado do Amazonas, no município de Humaitá.
O Ministério Público Federal no Amazonas também abriu um inquérito para apurar as violações de direitos humanos cometidas contra esses povos no período da ditadura militar. Os documentos indicam ainda que indígenas sobreviventes acabaram envolvidos nas obras em regime de escravidão.
Atualmente, a população Jiahui, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), não chega a 90 índios. Antes da construção da estrada, eram mais de mil. Já os Tenharim somam hoje 700 pessoas. Eram mais de dois mil antes da chegada das frentes de construção.
Matança
Entre as práticas de violência contra índios já identificadas estão as “correrias”, expedições de matança de índios organizadas até o final da década de 1970, principalmente no sul do Amazonas e no Acre. Essa prática foi detalhada no primeiro relatório do Comitê Estadual da Verdade do Amazonas, um documento de 92 páginas, ao qual o iG teve acesso.
O relatório descreve a matança do povo Waimiri-Atroari, que habitava até 1967 a região entre Manaus e o município de Caracaraí, em Roraima. A região corresponde à parte norte do vale do rio Urubu e inclui os rios Uatumã, Curiuaú, Camanaú, Alalaú, todos no Amazonas, além dos rios Jauapery e Anauá, em todo Estado de Roraima, até a fronteira com a Guiana. Esse povo foi diretamente impactado pela construção da BR-174.
“Muitos dos episódios de ‘correrias’ tiveram a participação direta de agentes públicos”, aponta o relatório elaborado pelos coordenadores do comitê local, Egydio Schwade e Wilson Braga Reis.
“Pais, mães e filhos mortos, aldeias destruídas pelo fogo e por bombas. Gente resistindo e famílias correndo pelos varadouros à procura de refúgio em aldeia amiga. A floresta rasgada e os rios ocupados por gente agressiva e inimiga. Esta foi a geografia política e social vivenciada pelo povo Kiña desde o inicio da construção da BR-174 em 1967 até sua inauguração em 1977”, descreve no documento. O termo “Kiña” é uma outra denominação para os Waimiri-Atroari.
O relatório também informa que, entre os povos mais duramente atacados em “correrias”, estão os Kaxinawa e os Madiha no Acre, além do povo Juma, no sul do Amazonas.
Lista de mortos
O relatório também pede mais investigação sobre o desaparecimento dos índios Piriutiti e sobre o que ocorreu com outras etnias durante a execução das grandes obras do governo militar. “Documentos apontam também para o genocídio do grupo Piriutiti, na mesma região, que merece uma investigação mais específica”, diz o texto.
Para Schwade, a investigação da Comissão Nacional da Verdade sobre a violência sofrida por índios terá que apontar o que ocorreu com os Cinta Larga e Suruí, na região dos rios Aripuanã e Rooswelt, entre Rondônia e Mato Grosso; os Krenhakarore do rio Peixoto de Azevedo, na rodovia Cuiabá-Santarém (conhecidos como Índios Gigantes); os Kanê ou Beiços-de-Pau do Rio Arinos no Mato Grosso; os Avá-Canoeiro em Goiás; Parakanã e Arara no Pará, entre outros, em função dos projetos políticos e econômicos da Ditadura.
Restrição de informação
De acordo com Schwade, apesar de o episódio ser relativamente recente e ter ocorrido bem próximo à capital amazonense, a cerca de 200 quilômetros, as pessoas sabem menos dessa matança do que sobre os massacres acontecidos aos mesmos índios há 150 anos. “Apesar da farta documentação existente, que comprova o exercício de uma política genocida, instalou-se junto ao povo Wamiri-Atroari um programa de controle da informação”, aponta. Os militares, de acordo Schwade, mantiveram afastados do local indigenistas, cientistas e jornalistas. “Não houve acesso, a não ser dos que tinham vinculação com os interesses empresariais instalados no território indígena”, denunciou.
O conluio de agentes públicos com empresários e fazendeiros ligados a lideranças políticas locais é outro ponto observado por técnicos da Comissão da Verdade que estiveram na Amazônia para colher informações. Onde as frentes para a abertura de estradas chegaram, também chegaram os fazendeiros, que se instalaram demarcando latifúndios em terras antes pertencentes aos índios.
Yanomamis
A construção da rodovia Perimetral Norte também é objeto de estudo da Comissão da Verdade. A obra representou um desastre para o povo Yanomami e estima-se que pelo menos dois mil índios dessa etnia tenham sido exterminados no período. Uma avaliação da Comissão da Verdade indica que o desastre só não foi maior porque o governo militar não chegou a concluir a obra. Com isso, muitas aldeias acabaram preservadas, já que o projeto da estrada, que cortava inteiramente o território Yanomami, não foi executado na integralidade.
O traçado planejado para a rodovia passava pelos Estados de Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. A proposta era cortar toda a Amazônia brasileira, desde o Amapá até a fronteira colombiana no Estado do Amazonas. Até hoje, somente um trecho, em Roraima, com pouco mais de 400 quilômetros, e outro no Amapá, com cerca de 100 quilômetros, foram construídos.
Embora o trecho executado seja considerado relativamente pequeno, a construção foi capaz de exterminar, quase que por completo, os índios Yawarip, um subgrupo Yanomami, na década de 1970. Mais tarde, a publicidade dada no governo militar ao grande potencial mineral do território Yanomami desencadeou a instalação de garimpos ilegais nas terras dos índios, o que provocou mais destruição.
Prazo
A avaliação preliminar da Comissão da Verdade é de que os relatos sobre a violência indígenas são muitos, mas ainda pulverizados. De acordo com técnicos, o desafio da comissão para finalizar um texto capaz de promover consequências jurídicas está em estabelecer uma narrativa dos fatos. Diante desse desafio, os conselheiros da Comissão da Verdade estudam pedir novamente um prazo à presidente Dilma Rousseff para a apresentação do relatório final, pelo menos em relação ao tema indígena.
As três estradas estão sendo usadas como eixos da investigação, no entanto, os técnicos e conselheiros querem ainda contemplar no documento aspectos importantes como a militarização, na época, dos órgãos encarregados de proteger os índios. No caso, esse orgão seria a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Outro ponto importante do texto será o de estabelecer a cadeia de comando. Como os militares alegam que muitos documentos foram destruídos, fica quase impossível para comissão indicar de quem partiram as ordens para os ataques. A ideia é, nesse caso, que o texto indique quem ocupava cargos importantes na hierarquia militar em determinados Estados, municípios ou frentes de trabalho e que, pela rígida hierarquia militar, teria que ordenar ou consentir os ataques.
Por: Luciana Lima
Fonte: IG
As investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV) pela região Amazônica indicam um verdadeiro genocídio de índios durante o período da ditadura militar. Não há como falar em um número exato de mortos devido à falta de registros. Os relatos colhidos, no entanto, apontam que cerca de oito mil índios foram exterminados em pelo menos quatro frentes de construção de estradas no meio da mata, projetos tocados com prioridade pelos governos militares na década de 1970.
Os trabalhos da Comissão da Verdade miram os processos de construção e o início do funcionamento das rodovias BR-230, conhecida como Transamazônica; a BR-174, que liga Manaus a Boa Vista, a BR-210, conhecida com Perimetral Norte e a BR 163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA).
Essas estradas fizeram parte do Plano Nacional de Integração (PIN), instituído pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, em 16 de julho de 1970, e que previa que 100 quilômetros em cada lado das estradas a serem construídas deveriam ser destinados à colonização. A intenção do governo era assentar cerca de 500 mil pessoas em agrovilas que seriam fundadas.
Transamazônica
A Transamazônica foi escolhida como prioridade e, por isso, representou uma verdadeira tragédia para 29 grupos indígenas, dentre eles, 11 etnias que viviam completamente isoladas. Documentos em poder da Comissão da Verdade apontam, por exemplo, o extermínio quase que total dos índios Jiahui e de boa parte dos Tenharim. O território dessas duas etnias está localizado no sul do Estado do Amazonas, no município de Humaitá.
O Ministério Público Federal no Amazonas também abriu um inquérito para apurar as violações de direitos humanos cometidas contra esses povos no período da ditadura militar. Os documentos indicam ainda que indígenas sobreviventes acabaram envolvidos nas obras em regime de escravidão.
Atualmente, a população Jiahui, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), não chega a 90 índios. Antes da construção da estrada, eram mais de mil. Já os Tenharim somam hoje 700 pessoas. Eram mais de dois mil antes da chegada das frentes de construção.
Matança
Entre as práticas de violência contra índios já identificadas estão as “correrias”, expedições de matança de índios organizadas até o final da década de 1970, principalmente no sul do Amazonas e no Acre. Essa prática foi detalhada no primeiro relatório do Comitê Estadual da Verdade do Amazonas, um documento de 92 páginas, ao qual o iG teve acesso.
O relatório descreve a matança do povo Waimiri-Atroari, que habitava até 1967 a região entre Manaus e o município de Caracaraí, em Roraima. A região corresponde à parte norte do vale do rio Urubu e inclui os rios Uatumã, Curiuaú, Camanaú, Alalaú, todos no Amazonas, além dos rios Jauapery e Anauá, em todo Estado de Roraima, até a fronteira com a Guiana. Esse povo foi diretamente impactado pela construção da BR-174.
“Muitos dos episódios de ‘correrias’ tiveram a participação direta de agentes públicos”, aponta o relatório elaborado pelos coordenadores do comitê local, Egydio Schwade e Wilson Braga Reis.
“Pais, mães e filhos mortos, aldeias destruídas pelo fogo e por bombas. Gente resistindo e famílias correndo pelos varadouros à procura de refúgio em aldeia amiga. A floresta rasgada e os rios ocupados por gente agressiva e inimiga. Esta foi a geografia política e social vivenciada pelo povo Kiña desde o inicio da construção da BR-174 em 1967 até sua inauguração em 1977”, descreve no documento. O termo “Kiña” é uma outra denominação para os Waimiri-Atroari.
O relatório também informa que, entre os povos mais duramente atacados em “correrias”, estão os Kaxinawa e os Madiha no Acre, além do povo Juma, no sul do Amazonas.
Lista de mortos
O relatório também pede mais investigação sobre o desaparecimento dos índios Piriutiti e sobre o que ocorreu com outras etnias durante a execução das grandes obras do governo militar. “Documentos apontam também para o genocídio do grupo Piriutiti, na mesma região, que merece uma investigação mais específica”, diz o texto.
Para Schwade, a investigação da Comissão Nacional da Verdade sobre a violência sofrida por índios terá que apontar o que ocorreu com os Cinta Larga e Suruí, na região dos rios Aripuanã e Rooswelt, entre Rondônia e Mato Grosso; os Krenhakarore do rio Peixoto de Azevedo, na rodovia Cuiabá-Santarém (conhecidos como Índios Gigantes); os Kanê ou Beiços-de-Pau do Rio Arinos no Mato Grosso; os Avá-Canoeiro em Goiás; Parakanã e Arara no Pará, entre outros, em função dos projetos políticos e econômicos da Ditadura.
Restrição de informação
De acordo com Schwade, apesar de o episódio ser relativamente recente e ter ocorrido bem próximo à capital amazonense, a cerca de 200 quilômetros, as pessoas sabem menos dessa matança do que sobre os massacres acontecidos aos mesmos índios há 150 anos. “Apesar da farta documentação existente, que comprova o exercício de uma política genocida, instalou-se junto ao povo Wamiri-Atroari um programa de controle da informação”, aponta. Os militares, de acordo Schwade, mantiveram afastados do local indigenistas, cientistas e jornalistas. “Não houve acesso, a não ser dos que tinham vinculação com os interesses empresariais instalados no território indígena”, denunciou.
O conluio de agentes públicos com empresários e fazendeiros ligados a lideranças políticas locais é outro ponto observado por técnicos da Comissão da Verdade que estiveram na Amazônia para colher informações. Onde as frentes para a abertura de estradas chegaram, também chegaram os fazendeiros, que se instalaram demarcando latifúndios em terras antes pertencentes aos índios.
Yanomamis
A construção da rodovia Perimetral Norte também é objeto de estudo da Comissão da Verdade. A obra representou um desastre para o povo Yanomami e estima-se que pelo menos dois mil índios dessa etnia tenham sido exterminados no período. Uma avaliação da Comissão da Verdade indica que o desastre só não foi maior porque o governo militar não chegou a concluir a obra. Com isso, muitas aldeias acabaram preservadas, já que o projeto da estrada, que cortava inteiramente o território Yanomami, não foi executado na integralidade.
O traçado planejado para a rodovia passava pelos Estados de Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. A proposta era cortar toda a Amazônia brasileira, desde o Amapá até a fronteira colombiana no Estado do Amazonas. Até hoje, somente um trecho, em Roraima, com pouco mais de 400 quilômetros, e outro no Amapá, com cerca de 100 quilômetros, foram construídos.
Embora o trecho executado seja considerado relativamente pequeno, a construção foi capaz de exterminar, quase que por completo, os índios Yawarip, um subgrupo Yanomami, na década de 1970. Mais tarde, a publicidade dada no governo militar ao grande potencial mineral do território Yanomami desencadeou a instalação de garimpos ilegais nas terras dos índios, o que provocou mais destruição.
Prazo
A avaliação preliminar da Comissão da Verdade é de que os relatos sobre a violência indígenas são muitos, mas ainda pulverizados. De acordo com técnicos, o desafio da comissão para finalizar um texto capaz de promover consequências jurídicas está em estabelecer uma narrativa dos fatos. Diante desse desafio, os conselheiros da Comissão da Verdade estudam pedir novamente um prazo à presidente Dilma Rousseff para a apresentação do relatório final, pelo menos em relação ao tema indígena.
As três estradas estão sendo usadas como eixos da investigação, no entanto, os técnicos e conselheiros querem ainda contemplar no documento aspectos importantes como a militarização, na época, dos órgãos encarregados de proteger os índios. No caso, esse orgão seria a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Outro ponto importante do texto será o de estabelecer a cadeia de comando. Como os militares alegam que muitos documentos foram destruídos, fica quase impossível para comissão indicar de quem partiram as ordens para os ataques. A ideia é, nesse caso, que o texto indique quem ocupava cargos importantes na hierarquia militar em determinados Estados, municípios ou frentes de trabalho e que, pela rígida hierarquia militar, teria que ordenar ou consentir os ataques.
Por: Luciana Lima
Fonte: IG
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Portaria do Ibama estabelece novos critérios para o Programa Quelônios da Amazônia
Ao longo das últimas três décadas, o Programa Quelônios da Amazônia
(PQA) atua em dez estados do território brasileiro na Amazônia
Legal e no Centro-Oeste, promovendo a conservação pelo manejo de
populações de espécies de quelônios. O PQA, após breve permanência no
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) foi
reincorporado ao Ibama, vinculado à Diretoria de Uso Sustentável da
Biodiversidade e Florestas (DBFLO).
Com intuito de reestruturar o Programa Quelônios da Amazônia – PQA, o Ibama publicou nesta última segunda-feira(22/7), a Portaria nº15 de 19 de julho de 2013 no Diário Oficial da União - Seção I, página 140.
Com essa nova apresentação institucional do Programa pretende-se alavancar o processo de reestruturação de suas ações nos dez estados participantes de forma padronizada e coesa, firmando compromisso com novos desafios, utilizando o PQA como um instrumento de política pública que ajude a construir e promover um paradigma ambiental socialmente mais justo.
A estrutura para colocar em marcha essa proposta consiste na descentralização da prestação dos serviços, por estados e municípios, com a supervisão técnica, gestão estratégica e integrada do PQA; orientação do manejo na natureza; manejo em sistemas controlados (comunidades e empreendedores); fiscalização de áreas; fiscalização e acompanhamento do sistema de criação (manejo controlado); fortalecimento de parcerias; desenvolvimento de tecnologias; pesquisas associadas ao manejo; integração e desenvolvimento institucional; revisão de legislação; turismo integrado e educação ambiental permanente assegurando dessa forma os processos de conservação dos quelônios, por meio da construção de modelos de uso sustentável com foco na inclusão social das comunidades ribeirinhas e na manutenção de processos ecológicos básicos e, consequentemente, promoção da melhoria da qualidade ambiental.
Ascom/Ibama
Colaborou – Taciana Sherlock
Foto: Ibama
Com intuito de reestruturar o Programa Quelônios da Amazônia – PQA, o Ibama publicou nesta última segunda-feira(22/7), a Portaria nº15 de 19 de julho de 2013 no Diário Oficial da União - Seção I, página 140.
Com essa nova apresentação institucional do Programa pretende-se alavancar o processo de reestruturação de suas ações nos dez estados participantes de forma padronizada e coesa, firmando compromisso com novos desafios, utilizando o PQA como um instrumento de política pública que ajude a construir e promover um paradigma ambiental socialmente mais justo.
A estrutura para colocar em marcha essa proposta consiste na descentralização da prestação dos serviços, por estados e municípios, com a supervisão técnica, gestão estratégica e integrada do PQA; orientação do manejo na natureza; manejo em sistemas controlados (comunidades e empreendedores); fiscalização de áreas; fiscalização e acompanhamento do sistema de criação (manejo controlado); fortalecimento de parcerias; desenvolvimento de tecnologias; pesquisas associadas ao manejo; integração e desenvolvimento institucional; revisão de legislação; turismo integrado e educação ambiental permanente assegurando dessa forma os processos de conservação dos quelônios, por meio da construção de modelos de uso sustentável com foco na inclusão social das comunidades ribeirinhas e na manutenção de processos ecológicos básicos e, consequentemente, promoção da melhoria da qualidade ambiental.
Ascom/Ibama
Colaborou – Taciana Sherlock
Foto: Ibama
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Filhote de suçuarana é resgatada na Amazônia
Elioenai Paes , iG São Paulo |
O animal de cinco meses está sendo cuidado pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e espera que um zoológico o adote
Uma suçuarana fêmea de cinco meses foi resgatada em cativeiro no interior do Amazonas. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fez o resgate do bicho, que estava sendo tratado como animal doméstico.
O felino não poderá voltar ao seu habitat natural porque já passou por cativeiro, o que impossibilita sua sobrevivência fora dele.
Gretchen, como a filhote foi batizada agora ganhou um lar provisório, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Rondônia e aguardaque um zoológico ou alguma instituição especializada a adote.
A oncinha é alimentada com duas porções de 200 gramas de carne misturada com leite ao dia. Quando ela estiver maior, a partir dos seis meses, o leite será excluído e ela será somente carnívora.
Há cerca de um ano houve um caso parecido no Cetas, centro implantado pela usina Santo Antônio Energia. Uma outra suçuarana macho, batizada de Dodge, foi encontrada pelo Ibama a partir de uma denúncia. Hoje o animal se alimenta com seis quilos de carne por semana, sendo divididas em três porções diárias – e seu peso é de mais de 30 quilos.
Madeireira multada pelo Ibama é condenada a 1,4 ano de interdição por crime ambiental no Pará
O Ibama bloqueou, nesta segunda-feira (17/06), o acesso ao mercado madeireiro, por um ano e quatro meses, da Madeball Indústria e Comércio Ltda, localizada em Anapu, no oeste paraense. A madeireira foi condenada pelo juiz José Jonas Lacerda de Sousa, da Comarca de Pacajá, entre outras penas, a interdição temporária das suas atividades por ter sido flagrada pelo órgão ambiental federal com 170 m3 de madeira ilegal em 2007.
Para o Ibama, a sentença inédita, que já foi confirmada na segunda instância pela 2ª Câmara Criminal do Pará, deveria ser adotada como modelo em outros juízos. De acordo com o instituto, a Procuradoria Federal Especializada (PFE), órgão da Advocacia Geral da União que assessora juridicamente o Ibama, vai usar o precedente e solicitar via Ação Civil Pública a interdição judicial de outras empresas reincidentes em multas e embargos ambientais.
“Esperamos que, futuramente, para cada multa do Ibama haja uma condenação correspondente na esfera criminal, como é o ideal. E que, além de mais frequentes, as decisões da Justiça se tornem também mais rigorosas, ao ponto de suspender permanentemente as atividades de empresas que exploram recursos ambientais e são repetidamente multadas e embargadas pelo instituto”, disse o superintendente do Ibama no Pará, Hugo Américo.
O histórico da Madeball no Ibama soma oito autuações, entre 2005 e 2007, que totaliza mais de R$ 1,5 milhão em multas por armazenar, vender e transportar madeira ilegal.
Ação bem-sucedida
A condenação na esfera criminal decorreu de uma multa aplicada pelo Ibama em 2007. O valor foi de R$ 34,1 mil , em razão da Madeball ter sido flagrada com o equivalente a oito caminhões cheios de madeira sem origem legal em depósito. Na época, o Ibama denunciou o crime ambiental ao Ministério Público Estadual que abriu a ação criminal no ano seguinte. Em junho de 2011, o juízo da Comarca de Pacajá condenou a Madeball ao pagamento de R$ 20 mil a uma entidade social e a suspensão das suas atividades por dois anos, além de multa de R$ 6,7 mil a ser revertida ao Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). A madeireira recorreu contra a decisão e, em abril de 2012, a 2ª Câmara Criminal reformulou a sentença, reduzindo o período de interdição e mantendo apenas a multa ao FNMA . Em maio de 2013, o Judiciário comunicou a decisão à PFE junto ao Ibama.
Legenda das fotos: Madeira ilegal apreendida antes de chegar às madeireiras em operação do Ibama no início do ano em Anapu, Pará
Fotos: Nicélio Silva / Ibama Divulgação
Operação Floresta Caxiuanã interrompe extração ilegal de madeira em APP na Ilha do Marajó
Uma grande extração irregular de madeira foi embargada pelo Ibama durante a Operação Floresta Caxiuanã, neste domingo (09/06), em plena área de preservação permanente, às margens do igarapé Pacaputeira, na região do Marajó, no Pará. Na ação, foram apreendidos 950 m³ de madeira em tora (o equivalente a 47 caminhões cheios), dois caminhões, dois tratores, duas pás-carregadeiras, um gerador de energia, uma motosserra e uma balsa com rebocador.
O responsável da exploração ilegal na mata ciliar foi autuado em R$ 285 mil pelo depósito das madeiras e ainda será multado pelo tamanho da área de floresta danificada, após a conclusão da fiscalização. Os bens foram entregues à prefeitura de Portel e a madeira doada sumariamente ao município para ações sociais.
A Operação Floresta Caxiuanã acontece desde quarta-feira (05/06) em Portel, Melgaço e Breves, na região do Marajó. Além dos crimes ambientais, há ações de combate à pirataria, ao tráfico de drogas, contrabando e à prostituição infanto-juvenil. Participam da operação conjunta, além do Ibama, Grupamento Fluvial de Segurança Pública (GFlu), Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
Madeireiras também estão sendo fiscalizadas para verificar se o volume de produto florestal negociado no sistema Sisflora é compatível com o tamanho das empresas, visando reprimir o esquentamento de madeira ilegal. Duas empresas, cujas estruturas físicas eram incompatíveis com a movimentação de toras declaradas, já foram bloqueadas pelo Ibama.
Foram apreendidos ainda um barco com 50 m³ de madeira serrada irregular, na baía de Melgaço, e uma balsa flagrada quando descarregava 300 m³ de toras em uma serraria em Portel. Um macaco guariba mantido em cativeiro sem autorização do órgão ambiental foi resgatado em uma embarcação na comunidade Acangatá e encaminhado ao Museu Emílio Goeldi, em Belém.
Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental
Ibama reúne Onda Verde e Hileia Pátria no combate a desmates no oeste do Pará
O Ibama intensificou a fiscalização na região de Novo Progresso, que inclui o sul de Itaituba e Altamira, no oeste paraense. O efetivo de homens em ação na maior frente de desmatamento no Pará dobrou nesta quarta-feira (12/06) com a chegada da Operação Hileia Pátria, que atuará em conjunto com a Operação Onda Verde, já em campo no estado desde fevereiro.
A primeira leva da Hileia Pátria trouxe 46 agentes do Ibama, 60 homens do Exército Brasileiro, 10 da Força Nacional, oito da Policia Militar do Pará e dois do Sistema de Proteção da Amazônia. O reforço se soma a mais de uma dezena de agentes da Onda Verde em atuação. Coordenado pelo Ibama, o novo efetivo será envolvido, principalmente, na montagem de duas bases fixas de fiscalização em áreas críticas de desmatamento. Uma em Trairão e outra em Castelo dos Sonhos, com objetivo de reprimir novas derrubadas nas florestas ao longo da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém).
“Grande parte dos alertas de desmates está surgindo nestes distritos por conta da especulação em terras públicas. Esse crescimento exigiu mais logística para a apreensão e retirada de bens utilizados nos crimes contra o meio ambiente. Esperamos aumentar as apreensões e descapitalizar os infratores”, explicou o chefe da Fiscalização do Ibama no Pará, Paulo Maués.
Além da segurança, o Exército vai apoiar o Ibama na retirada dos bens apreendidos nas fiscalizações. Os militares enviarão à BR-163 máquinas e equipamentos para reforçar a logística de retirada de tratores, caminhões, retroescavadeiras hidráulicas usadas em garimpos ilegais e madeira irregular.
A área de influência de Novo Progresso responde por cerca de 70% de todo o desmatamento no Pará. Dos 42,9 mil hectares de alertas de desmates no estado, sinalizados pelo sistema Deter entre agosto de 2012 e abril de 2013, mais de 30,1 mil hectares de florestas foram destruídos nessa região.
Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Ibama doa mais de 4 mil m3 de madeira ilegal apreendida na região do Curuatinga no Pará
Quatro balsas com 3,6 mil m3 de madeira em tora doados pelo
Ibama à prefeitura de Aveiro (cerca de 180 caminhões cheios) atracaram nesta
quinta-feira (06/06) em um porto de Moju, a 130 km de Belém, no Pará. As
árvores centenárias, de espécies de alto valor econômico como angelim e maçaranduba,
foram derrubadas por madeireiros ilegais na região do Curuatinga, no oeste do
estado, e apreendidas no início do ano pelo instituto durante a Operação Onda
Verde.
Uma quinta balsa flagrada
no trajeto levando 500 m3 de madeira ilegal serrada (20 caminhões cheios) também
foi conduzida a Moju. Agentes do Ibama de helicóptero haviam avistado a embarcação
suspeita em Santa Maria do Uruará, mas ela fugiu antes de ser apreendida, sendo
interceptada no domingo (02/06) pelos
agentes na frota de Aveiro, no rio Amazonas, nas proximidades de Almerim. O dono da balsa foi autuado em R$ 150 mil e a
madeira está em fase final de doação a um órgão público de Belém.
Da floresta para a sociedade
O carregamento das balsas
contratadas pela prefeitura de Aveiro durou 15 dias, até que se completasse o recolhimento
das toras espalhadas em locais de difícil acesso nas matas do Curuatinga. Em
seguida, escoltada pelo Ibama e por homens do Batalhão de Polícia Ambiental
(BPA), a frota viajou uma semana até chegar ao nordeste paraense, onde a
madeira será serrada antes de retornar ao oeste do estado e ser, finalmente,
aplicada em obras sociais.
De acordo com o
secretário de Meio Ambiente de Aveiro, João Paiva, a empresa em Moju que
beneficiará a madeira ofereceu melhores preços e condições de transporte ao
município. "Ficou mais barato serrar aqui que em Santarém, porque em
Aveiro não existem madeireiras em atividade", explicou ele, que estima que
em três meses a madeira já esteja na sua região.
Segundo o plano
apresentado pela secretaria ao Ibama, a madeira será utilizada para reformar
escolas na zona rural; recuperar os trapiches de Aveiro e dos distritos de
Fordlândia e Brasil Novo; construir uma sede para a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, um clube de convivência para mães e um barracão
comunitário.
A madeira doada a
Aveiro é apenas parte dos oito mil m3 de toras apreendidas pelo Ibama no Curuatinga. Cerca de
quatro mil m3 ainda
podem ser destinados a obras sociais em outras regiões. São habilitados a
apresentar projetos para receber a madeira órgãos públicos e entidade sem fins
lucrativos. O Ibama não oferece maquinário, mão de obra e transporte para a
retirada de bens doados, cujos custos são de responsabilidade dos beneficiados.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Ibama ocupa fazendas embargadas e apreende 372,6 t de soja no sudeste do Pará
O
Ibama apreendeu 372,6 toneladas de soja e ocupou duas fazendas que produziam
grãos em áreas embargadas pelo instituto por desmatamentos ilegais em Dom
Eliseu e Ulianópolis, no sudeste do Pará. A ação faz parte da operação Bom
Conselho, que acontece nos municípios desde terça-feira 14/05, para combater o
avanço da monocultura de grãos sobre os remanescentes de floresta nativa da
região.
Os
produtos apreendidos foram doados ao programa Mesa Brasil para aplicação em
projetos de combate à fome. Nesta segunda-feira (20/05), começaram os
carregamentos dos primeiros caminhões para a retirada da soja doada, que
seguirá para a capital do estado.
"Estamos
retornando a Dom Eliseu e Ulianópolis para impedir que o crescimento da área
agrícola no sudeste paraense implique também em mais aumento nos desmatamentos
não autorizados", explica o superintendente do Ibama no Pará, Hugo
Américo, se referindo as operações realizadas pelo Ibama em 2012, quando o
instituto aplicou R$ 43,9 milhões em multas e embargou 5,7 mil hectares de
desmatamentos ilegais realizados para a expansão de plantações de grãos nos
dois municípios.
A
operação Bom Conselho apreendeu até agora grãos de uma fazenda embargada por
desmates ilegais em 2010 e 2012, a 38 km do centro de Dom Eliseu. A
propriedade, que tem um histórico de R$ 5,3 milhões em multas no Ibama, já
havia concluído a colheita nas áreas embargadas quando os agentes chegaram à
região. As 372,6 toneladas de soja, porém, foram localizadas em um silo
comercial, onde ocorreu a apreensão. O fazendeiro, para mascarar a origem
irregular da soja, expediu notas fraudadas como se ela tivesse sido cultivada
em outra propriedade, não embargada.
Na
segunda fazenda ocupada, a cerca de 15 km do centro de Ulianópolis, a lavoura
se estende por 16 mil hectares de arroz, milho e soja. Cerca de 3,5 mil
hectares de áreas desmatadas irregularmente foram embargadas entre os anos de
2007 e 2013. As equipes do Ibama ainda realizam o levantamento da quantidade de
grãos que será apreendida nas lavouras. A estimativa é que alcance cerca de
seis mil toneladas. Em abril deste ano, durante a Operação Commodity, o Ibama
apreendeu 128 toneladas de arroz cultivado em áreas embargadas, duas
colheitadeiras e dois tratores nesta propriedade. O arroz apreendido foi doado
à prefeitura de Paragominas que o utiliza na merenda de crianças das escolas
públicas da cidade.
Localizados
na nova fronteira agrícola do Pará, Dom Eliseu e Ulianópolis vinham
apresentando aumento nas áreas desmatadas desde a segunda metade do ano passado,
segundo os alertas do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real
(Deter), o que levou diversas operações do Ibama à região. Antes disso, as duas
cidades do sudeste paraense acumulavam sucessos no controle dos
desflorestamentos ilegais e na regularização ambiental, o que levou a retirada
das duas cidades, ainda em 2012, da lista dos municípios que mais desmatam do
Ministério do Meio Ambiente, para onde elas poderão retornar se não houver
queda nos desmatamentos.
Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Perigos para Animais silvestres
foto: clicknopara.blogspot.com.br
Obto de um
animal raro da fauna Amazônica as margens da BR-163, uma Jaguatirica(gato do
Mato) cujo seu nome cientifico (Leopardus
pardalis),
certamente ao tentar
atravessa a rodovia foi atingido por algum veiculo, assim levando o animal a
morte, esses tipos de acidentes são
comuns em margens de rodovias.
Nos seres humanos
estamos invadindo o espaço dos animais silvestres, assim deixando eles em
constantes perigos, muitas pessoas fingem não saber mais e nosso direito
defender “nossos” animais, não importa se seja uma formiga ou
uma onça.
quando você ver uma placa em margens de Rodovias
e ruas indicando que há animais silvestres por favor respeite a velocidade
indicada.
Fonte:
www.clicknopara.blogspot.com.br
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