Animais de diversas espécies foram “flagrados” com a ajuda de armadilhas fotográficas dentro da reserva ambiental Amanã, uma imensa área protegida no interior da Amazônia, localizada a 650 km de Manaus e que abrange três municípios do Amazonas.
Onças-pintadas, incluindo um filhote, antas, aves, tatus e até um veado pouco estudado foram registrados por 16 câmeras que pertencem ao projeto “Iauaretê”, que significa onça-pintada em um dos dialetos indígenas falados na Amazônia.
Filhote
de onça-pintada percebe a câmera no meio da floresta e coloca a pata na
lente do equipamento. (Foto: Divulgação/Projeto Iauaretê/Instituto
Mamirauá)
Ao todo foram 95 registros de 16 diferentes espécies feitos em apenas
25 dias (entre março e abril deste ano). Segundo Daniel Rocha, biólogo
do Instituto Mamirauá e um dos responsáveis pelos equipamentos
instalados ao redor do Lago Amanã, foi uma surpresa detectar uma grande
biodiversidade naquela região.“Talvez o fato da área ser protegida confirme uma elevada riqueza de espécies, mesmo aquelas consideradas ameaçadas de extinção”, disse Rocha ao Globo Natureza.
Segundo ele, dos 14 tipos diferentes de mamíferos que apareceram no monitoramento, cinco estão sob algum grau de ameaça e um deles é tão raro, que os cientistas não têm dados suficientes para explicar seu modo de vida, caso do veado-capoeira.
Os outros animais ameaçados ou vulneráveis na natureza captados pelas câmeras do projeto foram o tatu-canastra (Priodontes maximus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), anta (Tapirus terrestres), a queixada (Tayassu pecari ) e a onça-pintada (Panthera onca).
Veado-capoeira, espécie ainda pouco pesquisada e que vive na Amazônia. (Foto: Divulgação/Projeto Iauaretê/Instituto Mamirauá)
Exemplar
de jaguatirica passeia no meio da reserva Amanã, área protegida na
Amazônia. (Foto: Divulgação/Projeto Iauaretê/Instituto Mamirauá)
Objetivo é monitorar onças-pintadas na AmazôniaDe acordo com Rocha, o principal objetivo do projeto "Iauaretê" é entender a dinâmica populacional das onças-pintadas na Amazônia, em áreas de terra firme. Segundo ele, ainda existem poucas informações sobre o modo de vida dessa espécie em terras amazônicas.
Porém, ameaças à sua população já são conhecidas. "Algumas delas são a redução do habitat [por desmatamento], a caça predatória, seja por retaliação à morte de gado, por medo de ataque a ribeirinhos ou para alimentação. Há ainda uma pressão sobre as espécies que fazem parte da alimentação da onça como o veado e os porcos do mato”, explica o biólogo.
O pesquisador afirma ainda que monitorar a população vai ajudar a traçar estratégias que contribuirão para reduzir pressões. A previsão é que o monitoramento das onças inicie ainda no segundo semestre.
Espécime
de tamanduá-bandeira captada por câmera fotográfica implantada na
floresta. (Foto: Divulgação/Projeto Iauaretê/Instituto Mamirauá)
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