Manaus - Espécie exclusiva do Amazonas, com ênfase em Manaus, o sauim-de-coleira continua no topo da lista dos animais ameaçados de extinção. Especialistas em conservação apontam a expansão da cidade como causa da destruição do habitat da espécie, fator decisivo para a diminuição dos indivíduos. O Plano de Ação Nacional para a Conservação do Sauim-de-Coleira (PAN) aposta na educação ambiental como uma das alternativas para reverter a situação.
Integrante do PAN, a bióloga Luciana Valente disse que o sauim-de-coleira é o primata mais ameaçado de toda a Amazônia e está classificado no pior nível de risco de extinção. Ela explica que o território habitado pela espécie está cada vez mais restrito, em razão da proximidade com a área urbana de Manaus.“Ele sofre muito com a perda de habitat e avanço da cidade, e fica isolado nos fragmentos de floresta dentro e no entorno da capital, onde não é viável a sua manutenção”, afirmou.
A especialista esclareceu que muitas outras espécies se relacionam com o sauim-de-coleira e a sua extinção teria impacto direto na flora local. Luciana orienta ainda que o macaco não deve ser tratado como animal doméstico e diz que a população pode contribuir para a preservação da espécie não desmatando por completo os quintais e áreas para construção, além de semear plantas nativas. “Temos muitos casos onde o proprietário de um terreno desmata tudo para depois plantar palmeiras, por exemplo, que não tem grande conexão com a fauna local”.
O PAN também tem o objetivo de interferir nas políticas públicas do município, como ampliação das áreas de conservação dentro da cidade. As entidades ligadas ao Plano estão elaborando atividades e campanhas de educação ambiental para sensibilização dos moradores de Manaus à causa.
O programa foi lançado em 2011, como objetivo de reduzir a taxa de declínio populacional do sauim-de-coleira e assegurar áreas protegidas para a espécies, em 5 anos. O plano é coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o apoio de outras entidades.
Especialistas querem aproximar a espécie da população
A coordenadora do zoológico do Tropical Hotel, Dayse Campista, afirmou que a aproximação da população com sauim-de-coleira pode evitar a morte de vários animais. Ela analisa que a apreciação da espécie tanto diminui o índice de macacos maltratados, como aumenta a efetividade das campanhas de preservação.
“É fundamental que as crianças conheçam o sauim-de-coleira, e percebam ele como um morador do quintal da casa delas, não um intruso”, analisou.
Dayse destaca que além de sofrer com a degradação ambiental, o sauim-de-coleira disputa as condições do habitat com o Saguinus midas, mas conhecido como sauim-de-mãos-douradas. A competição reduz ainda mais a chance de sobrevivência da espécie.
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