sexta-feira, 21 de junho de 2013

Filhote de suçuarana é resgatada na Amazônia


Elioenai Paes , iG São Paulo 

O animal de cinco meses está sendo cuidado pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e espera que um zoológico o adote

Uma suçuarana fêmea de cinco meses foi resgatada em cativeiro no interior do Amazonas. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fez o resgate do bicho, que estava sendo tratado como animal doméstico.
O felino não poderá voltar ao seu habitat natural porque já passou por cativeiro, o que impossibilita sua sobrevivência fora dele. 
Gretchen, como a filhote foi batizada agora ganhou um lar provisório, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Rondônia e aguardaque um zoológico ou alguma instituição especializada a adote.
A oncinha é alimentada com duas porções de 200 gramas de carne misturada com leite ao dia. Quando ela estiver maior, a partir dos seis meses, o leite será excluído e ela será somente carnívora.
Há cerca de um ano houve um caso parecido no Cetas, centro implantado pela usina Santo Antônio Energia. Uma outra suçuarana macho, batizada de Dodge, foi encontrada pelo Ibama a partir de uma denúncia. Hoje o animal se alimenta com seis quilos de carne por semana, sendo divididas em três porções diárias – e seu peso é de mais de 30 quilos.


Madeireira multada pelo Ibama é condenada a 1,4 ano de interdição por crime ambiental no Pará


O Ibama bloqueou, nesta segunda-feira (17/06), o acesso ao mercado madeireiro, por um ano e quatro meses, da Madeball Indústria e Comércio Ltda, localizada em Anapu, no oeste paraense. A madeireira foi condenada pelo juiz José Jonas Lacerda de Sousa, da Comarca de Pacajá, entre outras penas, a interdição temporária das suas atividades por ter sido flagrada pelo órgão ambiental federal com 170 m3 de madeira ilegal em 2007.
Para o Ibama, a sentença inédita, que já foi confirmada na segunda instância pela 2ª Câmara Criminal do Pará, deveria ser adotada como modelo em outros juízos. De acordo com o instituto, a Procuradoria Federal Especializada (PFE), órgão da Advocacia Geral da União que assessora juridicamente o Ibama, vai usar o precedente e solicitar via Ação Civil Pública a interdição judicial de outras empresas reincidentes em multas e embargos ambientais.
“Esperamos que, futuramente, para cada multa do Ibama haja uma condenação correspondente na esfera criminal, como é o ideal. E que, além de mais frequentes, as decisões da Justiça se tornem também mais rigorosas, ao ponto de suspender permanentemente as atividades de empresas que exploram recursos ambientais e são repetidamente multadas e embargadas pelo instituto”, disse o superintendente do Ibama no Pará, Hugo Américo.
O histórico da Madeball no Ibama soma oito autuações, entre 2005 e 2007, que totaliza mais de R$ 1,5 milhão em multas por armazenar, vender e transportar madeira ilegal.
Ação bem-sucedida
A condenação na esfera criminal decorreu de uma multa aplicada pelo Ibama em 2007. O valor foi de R$ 34,1 mil , em razão da Madeball ter sido flagrada com o equivalente a oito caminhões cheios de madeira sem origem legal em depósito. Na época, o Ibama denunciou o crime ambiental ao Ministério Público Estadual que abriu a ação criminal no ano seguinte. Em junho de 2011, o juízo da Comarca de Pacajá condenou a Madeball ao pagamento de R$ 20 mil a uma entidade social e a suspensão das suas atividades por dois anos, além de multa de R$ 6,7 mil a ser revertida ao Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). A madeireira recorreu contra a decisão e, em abril de 2012, a 2ª Câmara Criminal reformulou a sentença, reduzindo o período de interdição e mantendo apenas a multa ao FNMA . Em maio de 2013, o Judiciário comunicou a decisão à PFE junto ao Ibama.
Legenda das fotos: Madeira ilegal apreendida antes de chegar às madeireiras em operação do Ibama no início do ano em Anapu, Pará
Fotos: Nicélio Silva / Ibama Divulgação

Operação Floresta Caxiuanã interrompe extração ilegal de madeira em APP na Ilha do Marajó


Uma grande extração irregular de madeira foi embargada pelo Ibama durante a Operação Floresta Caxiuanã, neste domingo (09/06), em plena área de preservação permanente, às margens do igarapé Pacaputeira, na região do Marajó, no Pará. Na ação, foram apreendidos 950 m³ de madeira em tora (o equivalente a 47 caminhões cheios), dois caminhões, dois tratores, duas pás-carregadeiras, um gerador de energia, uma motosserra e uma balsa com rebocador.
O responsável da exploração ilegal na mata ciliar foi autuado em R$ 285 mil pelo depósito das madeiras e ainda será multado pelo tamanho da área de floresta danificada, após a conclusão da fiscalização. Os bens foram entregues à prefeitura de Portel e a madeira doada sumariamente ao município para ações sociais.
A Operação Floresta Caxiuanã acontece desde quarta-feira (05/06) em Portel, Melgaço e Breves, na região do Marajó. Além dos crimes ambientais, há ações de combate à pirataria, ao tráfico de drogas, contrabando e à prostituição infanto-juvenil.  Participam da operação conjunta, além do Ibama, Grupamento Fluvial de Segurança Pública (GFlu), Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
Madeireiras também estão sendo fiscalizadas para verificar se o volume de produto florestal negociado no sistema Sisflora é compatível com o tamanho das empresas, visando reprimir o esquentamento de madeira ilegal. Duas empresas, cujas estruturas físicas eram incompatíveis com a movimentação de toras declaradas, já foram bloqueadas pelo Ibama.
Foram apreendidos ainda um barco com 50 m³ de madeira serrada irregular, na baía de Melgaço, e uma balsa flagrada quando descarregava 300 m³ de toras em uma serraria em Portel. Um macaco guariba mantido em cativeiro sem autorização do órgão ambiental foi resgatado em uma embarcação na comunidade Acangatá e encaminhado ao Museu Emílio Goeldi, em Belém.
Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental

Ibama reúne Onda Verde e Hileia Pátria no combate a desmates no oeste do Pará


O Ibama intensificou a fiscalização na região de Novo Progresso, que inclui o sul de Itaituba e Altamira, no oeste paraense. O efetivo de homens em ação na maior frente de desmatamento no Pará dobrou nesta quarta-feira (12/06) com a chegada da Operação Hileia Pátria, que atuará em conjunto com a Operação Onda Verde, já em campo no estado desde fevereiro.
A primeira leva da Hileia Pátria trouxe 46 agentes do Ibama, 60 homens do Exército Brasileiro, 10 da Força Nacional, oito da Policia Militar do Pará e dois do Sistema de Proteção da Amazônia. O reforço se soma a mais de uma dezena de agentes da Onda Verde em atuação. Coordenado pelo Ibama, o novo efetivo será envolvido, principalmente, na montagem de duas bases fixas de fiscalização em áreas críticas de desmatamento. Uma em Trairão e outra em Castelo dos Sonhos, com objetivo de reprimir novas derrubadas nas florestas ao longo da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém).
“Grande parte dos alertas de desmates está surgindo nestes distritos por conta da especulação em terras públicas. Esse crescimento exigiu mais logística para a apreensão e retirada de bens utilizados nos crimes contra o meio ambiente. Esperamos aumentar as apreensões e descapitalizar os infratores”, explicou o chefe da Fiscalização do Ibama no Pará, Paulo Maués.
Além da segurança, o Exército vai apoiar o Ibama na retirada dos bens apreendidos nas fiscalizações. Os militares enviarão à BR-163 máquinas e equipamentos para reforçar a logística de retirada de tratores, caminhões, retroescavadeiras hidráulicas usadas em garimpos ilegais e madeira irregular.
A área de influência de Novo Progresso responde por cerca de 70% de todo o desmatamento no Pará. Dos 42,9 mil hectares de alertas de desmates no estado, sinalizados pelo sistema Deter entre agosto de 2012 e abril de 2013, mais de 30,1 mil hectares de florestas foram destruídos nessa região.


Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Ibama doa mais de 4 mil m3 de madeira ilegal apreendida na região do Curuatinga no Pará

Quatro balsas com 3,6 mil m3 de madeira em tora doados pelo Ibama à prefeitura de Aveiro (cerca de 180 caminhões cheios) atracaram nesta quinta-feira (06/06) em um porto de Moju, a 130 km de Belém, no Pará. As árvores centenárias, de espécies de alto valor econômico como angelim e maçaranduba, foram derrubadas por madeireiros ilegais na região do Curuatinga, no oeste do estado, e apreendidas no início do ano pelo instituto durante a Operação Onda Verde.

Uma quinta balsa flagrada no trajeto levando 500 m3 de madeira ilegal serrada (20 caminhões cheios) também foi conduzida a Moju. Agentes do Ibama de helicóptero haviam avistado a embarcação suspeita em Santa Maria do Uruará, mas ela fugiu antes de ser apreendida, sendo interceptada no domingo (02/06)  pelos agentes na frota de Aveiro, no rio Amazonas, nas proximidades de Almerim.  O dono da balsa foi autuado em R$ 150 mil e a madeira está em fase final de doação a um órgão público de Belém.

Da floresta para a sociedade

O carregamento das balsas contratadas pela prefeitura de Aveiro durou 15 dias, até que se completasse o recolhimento das toras espalhadas em locais de difícil acesso nas matas do Curuatinga. Em seguida, escoltada pelo Ibama e por homens do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), a frota viajou uma semana até chegar ao nordeste paraense, onde a madeira será serrada antes de retornar ao oeste do estado e ser, finalmente, aplicada em obras sociais.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Aveiro, João Paiva, a empresa em Moju que beneficiará a madeira ofereceu melhores preços e condições de transporte ao município. "Ficou mais barato serrar aqui que em Santarém, porque em Aveiro não existem madeireiras em atividade", explicou ele, que estima que em três meses a madeira já esteja na sua região. 

Segundo o plano apresentado pela secretaria ao Ibama, a madeira será utilizada para reformar escolas na zona rural; recuperar os trapiches de Aveiro e dos distritos de Fordlândia e Brasil Novo;  construir uma sede para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, um clube de convivência para mães e um barracão comunitário.

A madeira doada a Aveiro é apenas parte dos oito mil m3 de toras apreendidas  pelo Ibama no Curuatinga. Cerca de quatro mil m3 ainda podem ser destinados a obras sociais em outras regiões. São habilitados a apresentar projetos para receber a madeira órgãos públicos e entidade sem fins lucrativos. O Ibama não oferece maquinário, mão de obra e transporte para a retirada de bens doados, cujos custos são de responsabilidade dos beneficiados.




 
Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental